domingo, 28 de março de 2010

Estaca Zero (impressões sobre o BBB10)

Estaca zero

Ao saber que a Rede Globo iria colocar três homossexuais assumidos no Big Brother Brasil, logo pensei que ‘ideia bacana’ a emissora introduzir no centro das discussões do telespectador médio, a homossexualidade. Mas, veja no que deu nem a televisão, nem a sociedade estão preparadas para conviver sem preconceitos, com harmonia.
Bem, antes de expressar a minha opinião a respeito da eliminação dos três homossexuais, e afirmar se houve manipulação ou não no sistema de votos, até porque, não sou perita em tecnologia e não tenho provas para ratificar que ocorreu roubo. Então, irei postar algumas pérolas do futuro campeão do reality show, Marcelo Dourado. Elas são as seguintes:
1- “Não suporto Caetano Veloso, vomitaria em cima dele”. (dita na edição do BBB4);
2- “Heterossexuais não pegam Aids, somente aqueles que praticam sexo com homossexuais. Eu como sou macho não uso camisinha”;
3- “Mulher tem que pastar, até conseguir alguma coisa comigo”;
4- “Espancaria Angélica se o programa não fosse gravado. Eu quebraria o dedo dela e bateria até ela ir parar no hospital”;
5- “Conversas sobre sexo homossexual me dá náuseas”;
6- “Cala sua boca Anamara! ” (gritou com toda a sua arrogância de homem macho);
7- “Não quero que toque música baiana na última festa, principalmente reboletion";
8- Sem falar que em uma prova dentro do programa, onde os participantes para eliminar uns aos outros teriam que cortar hipoteticamente a cabeça dos seus adversários. Dourado o que fez? Pacientemente cortou não só a cabeça de Anamara, mas os seus braços, suas orelhas, o nariz e os seus seios. Em uma análise mais profunda, pois o corpo fala, essa atitude demonstra que ele pode ser um homem agressivo. Não estou afirmando categoricamente, é uma interpretação do que assisti.
Agora, quero fazer algumas ressalvas no texto em que Bial falou na eliminação de Dicésar no paredão contra Dourado. Se vocês perceberam o apresentador do programa estava de amarelo, coincidência a cor da torcida do lutador ser dourada, né?! Outro fato interessante foi Bial afirmar que Dicésar falou as seguintes palavras, “Eu sempre quis um homem assim. Dourado é para casar”. Nem Dicésar , nem Dourado se lembravam disso. MAS, QUERO DIZER SENHOR PEDRO BIAL QUE NÓS MULHERES NÃO QUEREMOS UM HOMEM COMO DOURADO PARA MARIDO, NEM COMO PAI, PADRASTO, CUNHADO, GENRO, IRMÃO, ETC; (DIGO EM CAPS LOCK MESMO).
Depois Bial pediu que eles se cumprimentassem como os lutadores japoneses selando a paz. Logo em seguida, o apresentador engatou com uma frase “mais do que lindo, exemplar. Isso mesmo se curve ao ganhador... Vem fazer o que você sempre fez aqui fora. Vem lutar aqui fora, Dicesar." Nas entrelinhas é como se Bial quisesse dizer que a sociedade compreende os homossexuais, mas eles sempre terão que se submeter aos valores patriarcais e machistas. Outra parte que me deixou intrigada, “Vocês sabem que violência não é a solução”. Como assim? Não é o que os fatos dizem.
Segundo o antropólogo Luiz Mott, o Brasil é o país que mais comete assassinatos contra homossexuais. Os dados falarão por si só, são cerca de 132 mortes ao ano. E o antropólogo deixa bem claro que entre essas mortes, apenas 8 foram crimes passionais e 5 por motivos fúteis. Eu tomei o texto do apresentador Pedro Bial que ao mesmo tempo em que fala de preconceito, o deixa velado nas entrelinhas, no entanto irei recorrer as suas próprias palavras para dizer que voltamos a estaca zero com a exibição de um cara cheio de preconceitos em rede nacional. Por isso, parafraseando Bial “aqui fora vocês têm que encontrar um meio. Um meio de se entender, de conviver, de dividir, de compartilhar... Bandeira branca, amor. Eu peço paz”.

domingo, 21 de março de 2010

Nós

imagem da internet



Entre o mar de pessoas nossos olhos se encontraram. Eles que eram tão tímidos no início quase desviavam-se um do outro. Eu absorta num mundo só meu. Meus pensamentos cavalgavam para um lugar tão distante e, perdiam-se propositadamente para não retornar.



Mas, você invadiu esse mundo. Éramos sem dúvida diferentes. Nenhum tinha a chave do outro, mas os Deuses sabem o que fazem. Aprendemos juntos. Rimos juntos. Choramos juntos. Sofremos juntos. Divertimo-nos juntos. Estamos sempre juntos.

Inconscientemente eu sigo em sua direção. Os olhos, sim, atravessaram o mar de pessoas e repousaram, eles sabiam, nós que não sabíamos. Talvez, a certeza de não-saber é que define quem somos nós.

domingo, 14 de março de 2010

Petrolina e os espaços culturais

Tenda Arte e a galeria de arte do SESC movimentam a cidade
com exposições de obras artísticas em grande estilo.

Jamais as pessoas poderiam imaginar que, na rua Dr. Júlio Melo, existe um espaço que em cada canto a arte está presente, desde a sua entrada no jardim com uma escultura de pedra até o hall e sua parte interna. A galeria Tenda Arte através de exposições, lançamentos de livros dá um brilho a mais a cidade de Petrolina que possui poucas opções para quem gosta de artes plásticas. Ela além de ser uma galeria de arte, também funciona como escritório de arquitetura dos arquitetos Carolina e Cosme Cavalcanti.
“Nosso propósito maior é valorizar os artistas da região”, afirma Cosme Cavalcanti. Pós – graduado em Gestão Ambiental, Cosme, trabalha com uma nova vertente, os projetos ambientais, entre os quais, Arte da Caatinga. Ele sempre estudou sobre a caatinga, também é consultor do meio ambiente do SEBRAE. Então, utilizou esse seu conhecimento para quebrar paradigmas, como a ideia de que a caatinga não é bela.
Arte da Caatinga está exposta desde dezembro de 2009 e a exposição não tem data prevista para encerrar, pois o arquiteto pretende fazer um trabalho contínuo. Cosme utiliza elementos, como sementes, folhas secas, raízes, cipós para produzir as peças. Elas são trabalhadas com uma delicadeza, cada detalhe na sua produção é feito com um maior cuidado, nas obras é facilmente perceptível a harmonia entre o rude e o sofisticado.
Paralelamente a Tenda Arte há a galeria de arte do SESC que traz exposições do circuito cultural das “grandes capitais”, a exemplo do Rio de Janeiro e São Paulo. O coordenador de cultura, Jailson Lima, explica a importância desse trabalho, pois oportuniza o acesso a arte aos petrolinenses, principalmente para aqueles que não têm a possibilidade de ir prestigiar uma exposição realizada nessas cidades.
“Não é muito grande o público, mas quem vem uma vez acaba sempre voltando”, revela Jailson. Ele diz que ainda falta bastante para Petrolina ter uma vida cultural mais movimentada. É evoluída, mas precisa de mais apoio e capacitação; necessita abrir um leque maior. “Ainda vejo nas pessoas que a arte é um bicho de sete cabeças”, comenta.
Segundo a coordenadora da galeria Mardyórie Martins, a maior dificuldade de se ter um público permanente é a falta de hábito mesmo das pessoas disponibilizarem tempo para a arte; para elas esse tipo de programa é enfadonho e chato, não conseguem ver como uma forma de lazer. “Mas, aqui no SESC há uma parceria com as escolas, onde é feito uma mediação que o principal objetivo é instigar nos jovens o prazer pela arte e, fazer com quê eles possam encontrar a beleza nas obras”, afirma.
Hoje, o município encontra-se com dois projetos, o Parque Internacional de Esculturas e o Museu de Arte Moderna de Petrolina. Esses projetos foram elaborados em parceria com o governo da França, já foram lançados e aprovados agora está na fase de captação de recursos. A cidade ainda é muito carente de espaços como esses, no entanto Tenda Arte e a galeria do SESC cumprem de uma maneira brilhante o papel que se propuseram a fazer, nos dois locais encontramos obras de bom gosto e trabalhos bastante interessantes.

Serviço:
Exposição “Arte da Caatinga”, de Cosme Cavalcanti
Local: Tenda Arte
Endereço: Rua Dr. Júlio Melo, nº 102, Centro – Petrolina/PE
Visitação: Segunda a domingo, das 9h às 18h.
Informações: (87) 3861 - 3431

Serviço:
Exposição de obras de arte
Local: SESC
Endereço: Rua Dr. Pacífico da Luz, nº 618, Centro – Petrolina/PE
Visitação: Segunda a domingo, das 9h às 19h.
Informações: (87) 3866 - 7474



 
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