sábado, 8 de março de 2008

Aquele lugar

Estava eu num daqueles sites com fóruns, jogos, entretenimento de forma geral e surgiu uma discussão sobre Aquele lugar... Qual o lugar que marcou a sua vida? E se foi mais de um; enfim, na minha cabeça vieram vários lugares, uns somente por sua beleza exótica ou simplesmente beleza, outros por terem sido cenário de momentos inesquecíveis. No entanto, comecei a lembrar da minha infância, da cidade onde eu nasci, cresci e que no desabrochar da minha adolescência a abandonei sem culpa.
Uma cidade qualquer, sempre mantive uma relação de amor e ódio, quantas vezes não chorei de tédio por detestar a vidinha medíocre daqui? Mas, também quantas vezes eu não chorei com saudades da minha terrinha? Sentimento ambíguo. Eu sinto que estou de passagem, porém, essa cidade significa muita coisa para mim.
Eu fui embora sim, mas, como um bom filho a sua casa retorna, retornei e não me arrependo. Pude perceber que mesmo sendo tudo tão óbvio, as coisas mudam. As casas continuam as mesmas, os vizinhos os mesmos, raras algumas exceções, agora as pessoas não, as pessoas mudam, elas crescem, outras envelhecem, outras casam, algumas vão embora, outras se formam, e eu no meio de todas essas sensações.
Certa vez, estava conversando com uma vizinha minha: Poxa! Por que você não imita Juninho Play para mim? “Eu tenho que me habituar a você primeiro.” Mas, você me conhece desde pequena. Na verdade, ela me conhecia agora sou praticamente uma estranha para ela.
Talvez morar numa cidade onde o mesmo percurso é feito todos os dias, desejar bom dia sempre para as mesmas pessoas, ou seja, tudo ser igual e só pequenos fatos isolados te puxem da rotina, te transforme em algo “blasé”, no qual, nada é interessante e as coisas somente são.
Confesso que isso me angustia, mesmo assim, eu sinto saudades e olho a minha rua e vejo aquela menininha correndo descalça e a mãe gritando: “Menina, venha pra casa, ta na hora de almoçar.” Foi aqui que vivi os anos dourados da minha infância doce, no meu peito estar todo o saudosismo de uma época que não volta mais.
Agora chega de “rasgar seda”, estou prestes a ir embora para um lugar que também não me pertence e que logo eu sei que irei abandonar, todavia, Aquele lugar sempre será o lugar da minha alma, que quando ao olhar ou lembrar eu me veja e diga: Foi aqui que tudo começou...

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